quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Poderio Militar Assírio

Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. As técnicas de combate dos assírios permitiram a formação de um grande império




Os reis Teglath-Phalasar III (745-727) e Sargão II (722-705) reorganizaram as forças armadas assírias. A partir do reinado de Teglath-Phalasar as tropas assírias compreendem guerreiros armados de piques, conduzindo carros com uma parelha de cavalos; uma cavalaria duas vezes mais numerosa do que as unidades de carros; uma infantaria pesada, armada de lanças e escudos; uma infantaria ligeira, composta de archeiros e duas vezes mais numerosa do que a precedente. O exército tinha ainda unidades especiais, que correspondiam aos sapadores e à artilharia de cerco actuais, assim como grandes grupos de cabouqueiros e de construtores, geralmente compostos por escravos, antigos prisioneiros de guerra.




Em campanha, essas tropas auxiliares construíam campos fortificados, estabeleciam pontões sobre odres, abriam caminhos, transportavam cargas, etc. Durante o cerco a praças fortes efetuavam-se trabalhos de sapa e utilizavam-se catapultas e aríetes para demolir as muralhas e as torres. Lançado o assalto, subiam-se escadas previamente preparadas. Os carros também eram conhecidos dos Hicsos e dos Egipcios, mas os reis da Assíria foram os primeiros a utilizar sistematicamente a cavalaria.




Mais tarde aprenderam a coordenar a ação de todas estas armas. O combate começava pelo ataque dos carros, seguidos da infantaria, que batia nas fileiras já desordenadas do inimigo. A cavalaria perseguia o inimigo em retirada ou em fuga. Sargão introduziu uma importante inovação no recrutamento: além dos homens adstritos ao serviço militar obrigatório, contratava mercenários, ao princípio só assírios, mas mais tarde também estrangeiros.

O número de mercenários cresceu sensivelmente com o tempo; os reis da Assíria também se serviam deles no interior do país.




Teglath-Phalasar III e Sargão II efetuaram grandes guerras de conquista. O primeiro, vencedor das tropas coligadas dos reis de Damasco e Israel, conquistou toda a Síria, incluindo Damasco. Anexou definitivamente Babilônia e tomou o título de rei da Babilônia. Enfim, infligiu uma pesada derrota ao reino de Urartu, criado no século IX antes da nossa era, e tornado, a partir do século VIII, o principal inimigo da Assíria. O rei de Urartu, Argishti (781-760), dirigiu a luta contra a Assíria e obteve uma vitória sobre o seu soberano. A guerra em Urartu tornou-se, pois, a primeira tarefa militar dos monarcas assírios.




Foi Sargão II que se encarregou de a decidir. Havendo-se primeiro garantido do lado da Síria e da Palestina, destruindo o reino de Israel e os poucos principados hetho-arameus que haviam sobrevivido na região de Karkemish, lançou todas as forças contra Urartu. Em 714 desbaratou o exército do rei Rusãs, tomou a cidade de Musasir e apoderou-se de enormes despojos. Mas não conseguiu tomar Turushpa nem suprimir Urartu. Se bem que muito enfraquecido com a invasão de Sargão, esse reino existiu até ao século V antes da nossa era, quando os Medos lhe deram o golpe de misericórdia.




Os sucessores de Sargão não prosseguem sistematicamente as guerras de conquista. Esforçam-se somente por fazer pressão na direção do sudoeste, a fim de se apoderarem do Egito. Sennacherib quebrou a resistência dos Babilônios e fez arrasar a sua cidade, servindo-se do reino de Judá. O seu sucessor Asarhaddon atingiu o Egito em 671, e sujeitou-o. Mas esta vitória foi precária porque o rei da Assíria não podia deixar no Egito uma guarnição suficientemente forte. Ao fim de vinte anos, o Egito recuperou a sua independência.




Depois de Asarhaddon, a atividade militar dos reis da Assíria visou, principalmente, manter a sua autoridade nos países conquistados e tributários. Eles eram forçados a enviar tropas para reprimir as freqüentes insurreições e para receber o tributo, embora conservando forças consideráveis na própria Assíria, devido à fermentação que crescia no interior do país.

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2 comentários:

Anônimo disse...

A ideia de Assírios como um povo beligerante sem dúvida é proveniente das fontes documentais que chegaram a nós, sobretudo os afrescos e os anais reais, os quais pintam uma unidade política que primava pela crueldade em suas campanhas. No entanto, não podemos esquecer as próprias dinâmicas políticas inerentes ao Império Assírio, em que a questão da sucessão ao trono ainda não era bem definida e as guerras civis entre partidos rivais eram frequentes. Se pensarmos que esses anais e essa iconografia circulava entre essa camada social mais poderosa, teremos em contrapartida um reino paradoxalmente frágil, que necessita a todo instante de aparatos ideológicos que procurem justificar a posição privilegiada de um soberano ou de sua dinastia frente a outros pretendentes ao trono.

Unknown disse...

Eu queria saber qual a origem do poder militar do império assírio , a sua queda e o declínio